Tenho para mim que, quando falamos das tendências emergentes sobre políticas de modernização dos sistemas de Educação e Formação na Europa dos 27, estamos seguramente a falar de uma nova visão/novo conceito de educação – em primeiro lugar porque o enorme aumento de informação em todas as disciplinas do conhecimento levou a uma especialização cada vez mais necessária, o que inviabiliza progressivamente a lógica “enciclopédica” do saber; depois, porque ninguém pode já considerar suficientes, face a um mundo em constante e rápida mudança, os conhecimentos adquiridos na “escola toda”; finalmente, porque é exigida à educação e à formação que todos, “sem excepção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projecto pessoal”; deve, assim, a Escola transmitir o “gosto e o prazer de aprender, a capacidade de aprender a aprender, a curiosidade intelectual” para que o indivíduo esteja apto a utilizar correctamente as suas potencialidades (fruto de uma educação e formação básicas de qualidade), cabendo ao professor transmitir ao aluno “o que a Humanidade aprendeu já acerca de si mesma e da natureza, tudo o que ela criou e inventou de essencial”.
Assim, cabe à educação e à formação ensinar a vivermos juntos, aprendendo os alunos a conhecer (o “passaporte” para uma educação permanente, porque promove o gosto e as bases para a aprendizagem ao longo de toda a vida, a fazer (através sobretudo da valorização do trabalho em equipa e da alternância entre escola e trabalho), e a ser (com o reforço da responsabilidade pessoal na realização de um destino colectivo), ou seja, a interiorização de um novo papel dos sistemas europeus de Educação na sociedade do conhecimento.
E como tudo isto se operacionaliza?
Fica para outro "post", um dia destes...