quarta-feira, 14 de maio de 2008

1) A Investigação-acção


A Investigação-acção considera o "processo de investigação em espiral", interactivo e focado num problema. Luiza Cortesão e Stephen Stoer defendem que “o professor, através da metodologia de investigação-acção, pode produzir dois tipos de conhecimento científico: um que se baseia no professor como investigador e outro que se baseia no desenvolvimento de dispositivos pedagógicos (o professor como educador). A formação deste professor, simultaneamente investigador e educador, realiza-se através da concretização do que se pode chamar a interface da educação intelectual. O desenvolvimento desta interface torna possível a gestão da diversidade pelo professor. Esta diversidade, presente quer na escola, quer na sala de aula mais especificamente, pode ser vista como uma fonte de riqueza para o aprofundamento da natureza democrática da escola e do sistema educativo.

Breves definições de Investigação-acção e sua contextualização histórica:
- forma de questionamento reflexivo e colectivo de situações sociais, realizado pelos participantes, com vista a melhorar a racionalidade e a justiça das suas próprias práticas sociais ou educacionais bem como a compreensão dessas práticas e as situações nas quais aquelas práticas são desenvolvidas ;
- investigação colaborativa, desenvolvida através da acção (analisada criticamente) dos membros do grupo (
Kemmis e McTaggart, 1988, citados por Matos, 2004);
- importância do contexto social para se compreender o indivíduo (Kurt Lewin);
- valor das noções de objectividade, validade e credibilidade deste novo tipo de investigação (Grabauska e Bastos, 1998).;
- ajuda para lidar com os problemas sociais e psicológicos resultantes da II Guerra Mundial (Instituto Tavistock, Inglaterra, para estudar os distúrbios psicológicos e sociais dos veteranos e prisioneiros de guerra.;
- depois dos estudos de Stenhouse (1970), Elliott (1973) e Allal (1978), que apresentaram modelos distintos e alternativos à investigação educativa tradicional, Argyris e Schön (Argyris e Schön 1985) retomaram e desenvolveram os conceitos de Investigação-acção, tratando-os como uma abordagem científica específica, na qual o investigador gera um novo conhecimento acerca do sistema social e, ao mesmo tempo, esforça-se por o mudar.

adaptado de
http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?id=35593

Metodologias na Investigação

Uma vez que a investigação, em geral, se caracteriza por utilizar os conceitos, as teorias, a linguagem, as técnicas e os instrumentos com a finalidade de dar resposta aos problemas e interrogações que se levantam nos mais diversos âmbitos de trabalho, é natural que haja, no campo da investigação sócio-educativa, várias Metodologias (que analisarei separadamente, devido ao seu tamanho), das quais se podem destacar: 1) a Investigação-Acção (Lewin, 1977; Pérez Serrano, 1990); 2) a Investigação Participativa (Quintana, 1986; Ander-Egg, 1990); e 3) a Investigação Colaborativa/Cooperativa (Corey, 1982; Lieberman, 1986) como sendo as que mais interesse despertam na actualidade (Quintas, 1998).

O que é a Metodologia


Metodologia significa, etimologicamente, o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer pesquisa científica, os quais respondem a como fazê-la de forma eficiente.
Para muitos autores, a metodologia é uma disciplina normativa definida como o estudo sistemático e lógico dos princípios que dirigem a pesquisa científica, desde suposições básicas até técnicas de indagação (não deve ser confundida com a teoria, pois só se interessa pela validade e não pelo conteúdo, nem pelos procedimentos - métodos e técnicas -, à medida que o interesse e o valor destes está na capacidade de fornecer certos conhecimentos).
Assim, a metodologia, mais do que uma descrição formal de técnicas e métodos a serem utilizados na pesquisa científicas, indica a opção que o pesquisador fez do quadro teórico para determinada situação prática do problema - objecto de pesquisa.
O conceito heurístico da pesquisa destaca a importância do problema, um plano de observações ou variáveis destinado a contestar determinadas hipóteses e um método científico para descrever (estudos retrospectivos), estabelecer relações de interdependência entre as variáveis do problema (estudos diagnósticos) e fazer previsões (estudos prospectivos), entre outras finalidades.
A metodologia contempla a fase exploratória e o estabelecimento de critérios de amostragem, entre outros, e a definição de instrumentos e procedimentos para síntese e a análise de dados e informações, sendo assim muito importante o método (do qual trataremos a seguir).

adaptado de http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/textos.php?modulo=21d