segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O coveiro ou a parteira?

Parece-me que os processos de ruptura na História se fizeram impulsionados por elites, sem que, necessariamente, daí tenha resultado um progresso.
Numa época em que se fala a cada dia mais de "fim de ciclo", é Obama o coveiro ou a parteira?
E o que vem aí é necessariamente melhor?
E o homem vai conseguir?
Ou será melhor que não?!...
Ou as elites já não são o que eram?!...

1 comentário:

Unknown disse...

Antonio Caño, correspondente do jornal espanhol “El País” em Washington, resgatando um conceito do cineasta e escritor italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), propôs recentemente Barack Obama como poesia e John McCain como prosa – realista.

Pouco depois, John Ludenberg do portal norte-americano “Huffington Post” ecoa, sem sabê-lo, Caño, ao analisar o discurso de aceitação de Obama na Convenção Democrata como “a poesia de um discurso político”.

E explica: embora a poesia não esteja ela mesma de corpo presente na maioria dos trechos, emerge no ritmo. Ludenberg ressalva que não fala em versos métricos, mas nas cadências bíblicas, como em Martin Luther King (1929-1968), ou nos versos longos de Walt Whitman (1929-1892).


Obama e McCain: prosa

Tanto os discursos de Obama não são poesia quanto os de McCain prosa ou Obama não representa a poesia e McCain determinada prosa – a prosa de um Oswald de Andrade (1890-1954).

As comparações revelam a ignorância do mundo contemporâneo e da mídia em relação à poesia. Ser chamado de poeta é ser chamado de sonhador, de delirante – aquele que propõe idéias inexeqüíveis, que está fora da realidade. Embora em escala bastante menor, há preconceito no que se refere à prosa. Prosa significa muita lábia – aquele que se configura como estelionatário ou que não diz nada. No entanto, a prosa é mais adequada para caracterizar os dois candidatos ou quaisquer políticos.